terça-feira, 25 de outubro de 2011

Escola aposta em educação sem computadores - CBN

Escola aposta em educação sem computadores - CBN

Educação para o Século XXI

Educação para o Século XXI


Uma visão mais ampla sobre a qualidade do aprendizado
A educação brasileira está pressionada por duas exigências igualmente prioritárias: de um lado, manter e acelerar os esforços para saldar a histórica dívida educacional que se traduz em baixos índices de aprendizado para os alunos; de outro lado, investir com ousadia para ampliar as fronteiras de qualidade, de modo a atender aos novos desafios que a sociedade do conhecimento nos impõe.
O Seminário Educação para o Século 21 convoca a sociedade a encarar esses novos desafios, indo além do esforço atual de equipar nossas crianças e jovens com as habilidades de leitura, escrita e cálculo. O mundo já está exigindo muito mais do cidadão no âmbito das profissões e do trabalho, da participação social e política, das questões econômicas e ambientais.
Gestores públicos, educadores, pesquisadores, empresas, ONGs e organismos multilaterais são os principais atores na busca de respostas às velhas e novas demandas. No Seminário Educação para o Século 21 o Instituto Ayrton Senna pretende juntar esses atores a alguns dos mais proeminentes estudiosos, como James Heckman, professor da Universidade de Chicago e Prêmio Nobel de Economia.
Educação para o Século 21, realizado em parceria com a Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República e com a UNESCO, é um convite para que se alargue o debate sobre a melhoria da qualidade da educação pública, e para que comecemos desde já a formular uma educação mais ampla, integral e plena.
Competências múltiplas para um mundo mais complexo
Já provamos que somos capazes de conquistas consideráveis na educação. O Brasil é hoje o país com o mais rápido crescimento do nível de escolaridade média da população, tendo quebrado o recorde que era da China. Além disso, temos a mais rápida expansão da matrícula no Ensino Médio e na Educação Infantil da América Latina. Mas esses avanços não são suficientes. Apesar de crescer, a escolaridade média da população ainda equivale à metade da dos países desenvolvidos; metade dos nossos jovens está fora do Ensino Médio.
Temos agora mais condições de responder de modo estruturado e consequente aos desafios de educar no século 21. A importância alcançada por este tema nos tempos atuais tem levado a uma ampliação, aprofundamento e diversificação dos estudos e das pesquisas sobre processos de aprendizagem. As contribuições desses estudos vão desde a necessária incorporação dos avanços tecnológicos e da iniciação científica ao cotidiano escolar até as recentes descobertas sobre o impacto de determinantes não cognitivos no sucesso escolar.
Por meio desses estudos, sabemos hoje que o êxito na aprendizagem não acontece apenas pelos investimentos feitos no campo exclusivo da cognição – onde se concentram a maior parte dos esforços públicos e privados em educação -, mas são altamente impactados pelo desenvolvimento de outros atributos pessoais, que praticamente não são objeto das políticas educacionais: persistência e disciplina, capacidade de atenção e concentração, capacidade de adiar recompensas, autoestima, sociabilidade, dentre outros, denominados de diversas formas, como competências comportamentais, relacionais, emocionais, atitudinais, socioafetivas, não cognitivas etc.
Os estudos documentam a importância dessas competências para melhorar o desenvolvimento cognitivo dos alunos, e vão além, indicando que seu efeito sobre o êxito escolar é igual ou maior do que o alcançado pelas capacidades estritamente cognitivas. A relevância dessas descobertas se torna ainda maior quando constatamos que investir no desenvolvimento dessas dimensões pessoais traz benefícios que transcendem a vida escolar, pois são elas os principais determinantes dos fatores de bem-estar na vida adulta, como saúde, estabilidade familiar, vida profissional e empregabilidade, participação social, dentre outras.
Desse modo, ao situar lado a lado competências cognitivas e a demais competências relacionadas à personalidade, às atitudes, às relações e ao comportamento, somando-as sinergicamente para o sucesso na escola e na vida, as novas descobertas apontam para algo que acreditamos ser o legado ético maior de nosso tempo à educação das gerações futuras.
Avançar em educação passa necessariamente por desenvolver as pessoas nas suas múltiplas dimensões, colocando gestores, professores e, em especial, alunos no centro dos processos educacionais.
Precisamos desenhar e implementar políticas públicas para que a escola possa oferecer, em larga escala, um processo educativo que some os aspectos cognitivos a todos os demais aspectos dos conhecimentos, competências, atitudes e valores necessários para formar os brasileiros de uma nova geração.
Instituto Ayrton Senna